terça-feira, 15 de dezembro de 2015

PÉROLA NEGRA DE DEZEMBRO DE 2015: LUCIENE ARAÚJO

Nossa Leoa

Mãe e Guerreira
Pérola Negra de todos os meses e anos


Advogada de Valor
Beleza e Inteligência



"Sinto-me privilegiada, nunca tive sonhos, minha vida sempre foi de muito estudo e trabalho, centrada na esperança e no objetivo maior de ajudar a minha mãe, meu pai, a nossa família, que passava por dolorosa pobreza. Minha mãe, Bete Araújo (Bernadete) por quem sempre tive imensa admiração, por ser uma pessoa muito guerreira, incansável, fraterna, sempre envolvida em trabalhos sociais e transferindo os conhecimentos que tinha, ela se livrou do racismo em razão dessa intelectualidade, mas escutamos algumas vezes pessoas quando chegavam a nossa casa, diziam baixinho "chegamos na senzala", ou nos chamavam de mulatas, de caboclas...imbecis. Mulher linda a minha mãe, culta, intelectualizada, cantava, dançava, representava, declamava, falava francês, tocava piano e que sempre trabalhou fora, mesmo gerando 15 filhos.Mamãe sempre leu para nós seus filhos, desde criança e assim criei grande amor a leitura e foi o que me salvou na minha turbulenta vida escolar em que estudei em Grupo no bairro de Miramar, no Estadual de Jaguaribe, de Tambiá, e no liceu paraibano, quando fiz o vestibular para Direito - UFPB e fui aprovada em 1976, concluindo em tres anos e meio. Toda a minha advocacia sempre foi voltada para a luta por justiça e por um sistema judicial que representasse também a justiça para as mulheres, em especial para os mais vulneráveis, em particular para as mulheres e crianças. Não adiantam mais leis, já temos leis suficientes. As leis precisam ser aplicadas com ética e humanidade. O Judiciário ainda é um poder elitista, machista , patriarcal e discriminatório, contaminado pela cobiça e pela ganancia. Temos uma elite humana de excelentes magistrados (as) guerreiros que se sobressaem e que muitas vezes são perseguidos, mas as mulheres que adentram na magistratura são impedidas por esse sistema patriarcal de darem esse toque feminino da justiça publica de decisões e cuidados reais do ser humano, do juirisdicionado, da família e da sociedade. O SISTEMA LEGAL PRECISA SER REFORMADO A PARTIR DESSE PRINCÍPIO FEMININO PRIMORDIAL, suprimindo todas as armadilhas de degeneração e de desqualificação do feminino e da família, da humanidade, suprimindo as armadilhas, os embustes que buscam essa despersonalização humana, essa colonização ideológica cultural que cultuam o vil metal, o poder político e econômico que está a contaminar também os sistemas judiciais do nosso país, que permanece pensado e direcionado pelos e para os valores patriarcais, de controle e domínio sobre o outro, inclusive tramando para governar as consciências, os corpos espirituais humanos, sua moral intelectual".

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