sábado, 22 de outubro de 2016

CASO CÉLIO ALVES E AS NOTAS DE SOLIDARIEDADE: PARTE 5 GEM

NOTA DO GEM (MOVIMENTO FEMINISTA DA PARAÍBA) SOBRE O CASO CÉLIO ALVES
Movimento Feminista da Paraiba em suas diversas representações também faz NOTA DE REPÚDIO. O GEM Está junto com elas.
VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA PARAÍBA
NOTA PÚBLICA DO MOVIMENTO FEMINISTA
Vimos por meio desta, manifestar nossa indignação frente à situação de exposição e de violência física e psicológica sofridas pela adolescente K. H., de 16 anos.
Tivemos acesso às informações sobre a violência a partir da publicização, no dia 20 de outubro, de vídeos – gravados por seu namorado, o então secretário executivo de comunicação do estado da Paraíba (Célio Alves), em que ele subjuga a adolescente à violência psicológica e, em alguns momentos, indicando a ocorrência de violência física, não aparecendo imagens no momento em que ela grita. Submetendo-a ainda, a constrangimento e exposição pública.
As cenas gravadas indicam que K.H. estava emocionalmente fragilizada, sentindo-se intimidada com a filmagem da situação. A atitude de filmá-la como forma de constrangimento por si só é abusiva e a violência de gênero sofrida é intensificada pelo fato de se tratar de uma adolescente.
Vivemos em uma sociedade patriarcal, machista, sexista, racista em que as mulheres e meninas são tratadas como seres inferiores, como objetos e são violadas diariamente. A violência de gênero é um problema grave e atinge milhares de mulheres todos os dias. Segundo o Mapa da Violência contra a Mulher de 2015, a Paraíba ocupa o 6º lugar nacional no número de assassinatos de mulheres, e é o 2º estado do Nordeste com maior número de casos registrados de violência doméstica. A média é de 13 mulheres assassinadas por dia e o número é bem maior se considerarmos as que são agredidas física e moralmente e as que não conseguem denunciar.
Neste fato, que segue o mesmo curso de uma cultura que tenta “naturalizar” a violência contra nós mulheres, com sucessivas tentativas de nos questionar, culpabilizar, responsabilizar, perseguir e condenar, na tentativa de tirar a credibilidade da mulher agredida e inocentar ou proteger o agressor, está incutido uma falsa ideia de que a vida de nós mulheres está disponível para ser exposta, violada e julgada, se tornando, portanto, canais para violações mais graves - estupros e assassinatos.
Diante do exposto, viemos a público, manifestar nosso repúdio e indignação frente ao fato aqui destacado e expressar nossa solidariedade à K. H.: Você não está sozinha!
Nós feministas, temos denunciado exaustivamente a sociedade patriarcal, machista, racista e lesbo-trans-bi-fóbica e atuado para o fim de todas as formas de violência contra as mulheres. Portanto, exigimos dos poderes públicos e das autoridades competentes o devido acompanhamento do caso, sobretudo, a proteção e o cuidado da adolescente, para que essa não seja responsabilizada pela violência que sofreu.
Exigimos ainda, que os organismos de segurança pública e da justiça atuem de forma efetiva na adequada apuração dos fatos e que as providências sejam tomadas com a garantia dos direitos estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Lei Maria da Penha.
Reafirmamos que nós mulheres temos o direito de ir e vir!
Temos direito a fazer nossas próprias escolhas!
Temos o direito de viver com liberdade e sem violência!
#SomosTodasKH! #NãoFoiIncidenteFoiViolência
A nossa resistência é o que nos mantém vivas e lutando!
Rede de Mulheres em Articulação na Paraíba, Abayomí – Coletiva de Mulheres Negras na Paraíba, Cunhã – Coletivo Feminista, Bamidelê – Organização de Mulheres Negras PB, Grupo MARIAS de extensão e pesquisa em gênero, educação jurídica popular e acesso à justiça do Centro de Referência em Direitos Humanos (CRDH/UFPB), GEM/Grupo de pesquisa em gênero e mídia da UFPB

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